Elaborado em plena quarentena decorrente da pandemia, este questionário procurava analisar dois eixos principais: analisar diferenças multidimensionais perante o risco; perceber quais os cenários (pós)pandémicos os inquiridos consideravam como sendo os mais prováveis.
A par de outros elementos, realçou-se as seguintes conclusões:
- A maior parte dos inquiridos considera que a pandemia afetou, de forma premente, súbita, imprevisível, todas as dimensões socioeconómicas. O maior risco foi sentido (sente-se) em termos de despedimentos; falência das empresas; perda/diminuição das condições laborais; poder de compra; desigualdades sociais e aumento do número de pessoas a viverem na pobreza; assim como o risco de se ficar doente e, principalmente, o acesso aos serviços de saúde. Afetou, também, outras dimensões da vida coletiva, entre as quais o aumento dos conflitos familiares e a instabilidade social;
- Em termos de projeção de cenários, existe uma clara tendência para a perceção de um Cenário “Híbrido” que conjuga elementos de um cenário pessimista com outro de perfil mais moderado. Ou seja, embora o panorama atual seja complexo, sintomático da deterioração das condições laborais, economia, saúde, entre outras, a sociedade encontrará, a curto/médio prazo, formas de se empoderar. Contudo, será pouco credível caminharmos para uma sociedade mais igualitária. Pelo contrário, as desigualdades sociais tenderão a existir. O risco estará omnipresente.
- Existem perceções diferentes em termos de países, bastante condicionadas pelo grau de consenso existente nos mesmos. Sociedades mais consensuais tenderão a ostentar níveis de confiança maiores, independentemente dos resultados que possam ser alcançados em termos de controlo da pandemia e de salvaguarda da economia, do emprego e das diversas dimensões da vida coletiva.